domingo, 31 de julho de 2011

Book, um produto revolucionário!

Recebi este video por mail. Já o tinha recebido anteriormente.
Fica como curiosidade.

(Vou uns dias de férias. Até depois. )







                                                                                                         

sábado, 30 de julho de 2011

Pablo Neruda

SE ME ESQUECERES

Quero que saibas
uma coisa.

Sabes como é:
se olho
a lua de cristal, o ramo vermelho
do lento outono à minha janela,
se toco
junto do lume
a impalpável cinza
ou o enrugado corpo da lenha,
tudo me leva para ti,
como se tudo o que existe,
aromas, luz, metais,
fosse pequenos barcos que navegam
até às tuas ilhas que me esperam.

Mas agora,
se pouco a pouco me deixas de amar
deixarei de te amar pouco a pouco.

Se de súbito
me esqueceres
não me procures,
porque já te terei esquecido.

Se julgas que é vasto e louco
o vento de bandeiras
que passa pela minha vida
e te resolves
a deixar-me na margem
do coração em que tenho raízes,
pensa
que nesse dia,
a essa hora
levantarei os braços
e as minhas raízes sairão
em busca de outra terra.

Porém
se todos os dias,
a toda a hora,
te sentes destinada a mim
com doçura implacável,
se todos os dias uma flor
uma flor te sobe aos lábios à minha procura,
ai meu amor, ai minha amada,
em mim todo esse fogo se repete,
em mim nada se apaga nem se esquece,
o meu amor alimenta-se do teu amor,
e enquanto viveres estará nos teus braços
sem sair dos meus.


Retirado de : Poemas de Amor, Pablo Neruda, pág.47/49
D.Quixote



                                            Os Amantes, Pablo Picasso



( imagem retirada da net )

Mário Laginha e Maria João

Mais um pouco da música de Mário Laginha. Com Maria João.



sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mário Laginha

Hoje fui ver Mário Laginha ao Cine-Teatro Avenida.




uns mortinhos pequenos

tenho uns caixõezinhos no coração que me
nasceram quando partiste, se regados com
cuidado, brotam mortos como flores negras pelo
interior das veias, que me assombram o sangue, corando
a minha pele numa vergonha e sentindo medo

são uns mortinhos pequenos que muita gente
nem sabe que existem. acreditar em fantasmas é
só possível para quem tem muito amor e recusa a
pequenez da vida sem continuação

tenho uns caixõezinhos no coração que se
abrem a toda a hora. quando me deito, ouço-os
embatendo de encontro ao peito, talvez com vontade
de ir embora, talvez só por ser o amor tão estreito



Retirado de : "contabilidade", de valter hugo mãe, pág.10
Alfaguara - Editora Objectiva

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pina Bausch

                   "...são vocês que têm de o descobrir, eu não posso proceder demasiado directamente. Frente a certos valores, é preciso, acima de tudo, sensibilidade."

                                                       Pina Bausch




"Sonhos de Dança nos passos de Pina Bausch" é o nome de um filme-documentário  de Anne Linsel e Rainer Hoffmann, que fui ver ontem ( dia 26) ao Cine-Teatro Avenida e que mostra como 40 jovens de liceus diferentes e origens diferentes souberam percorrer durante dez meses um caminho que através da dança os levou à descoberta de si mesmos, no encontro com os outros.
Jovens tão diferentes entre si que na indiferença do dia-a-dia não prestariam atenção uns aos outros ou que poderiam confrontar-se e que aqui  conviveram duma forma natural e harmoniosa num único interesse comum que os unia: fazer bem o que lhes era pedido - a coreografia, a dança.

Um belíssimo documentário.





"Durante cerca de um ano, adolescentes de onze liceus de Wuppertal empreenderam uma viagem emocional. Todos os sábados, 40 jovens entre os 14 e os 18 anos, participaram no curso de dança dirigidos por dois bailarinos da companhia de Bausch, com supervisão da própria coreógrafa.(...) Vemos os jovens nas suas primeiras tentativas de encontrarem a sua própria forma de expressão corporal através dos movimentos. Vão-se encontrando consigo próprios no decurso de um processo que os leva a um significativo desenvolvimento pessoal. Os contactos doces e tímidos, mas também agressivos, condensam-se num conjunto de experiências individuais, que a maior parte destes jovens vive aqui pela primeira vez. Pina Bausch está constantemente a encorajar os jovens bailarinos a encontrarem a sua própria forma de expressão. Através dos seus movimentos revelam as angústias, os sentimentos, os desejos e os sonhos de dança. No final cada um deles não só se tornou melhor bailarino mas sobretudo ganhou confiança em si mesmo, tornando-se mais independente."

( retirado da Agenda Cultural Nº8/2011 da Câmara Municipal de Castelo Branco)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Procuremos a Beleza



                              " Procuremos somente a Beleza, que a vida
                               É um punhado infantil de areia ressequida,
                               Um som d'água ou de bronze e uma sombra que passa..."

                                                                                   Eugénio de Castro

terça-feira, 26 de julho de 2011

Ainda Deus e o Diabo

... mas na obra de José Régio.


                    "O Diário"

Tinha um diário aonde ia escrevendo,
Dia a dia, a agonia dos meus dias:
Era um romance tremendo,
Dilacerado de piedade e de ironias.

Todas as noites escrevia nele
Quando voltava lá de baixo, lá do mundo,
Equanto na parede, um cristo imbele
Caía moribundo.

Um brandão quase verde dava luz...
Parecia que alguém ia morrer.
E eu, realmente, em frente da agonia de Jesus,
Agonizava horas e horas, a escrever.

Tudo o que a gente sente, ou pensa, e não confessa,
Tudo que só na escuridão a gente sonha,
O escrevia, com suor frio na cabeça,
E lágrimas no rosto incendiado de vergonha!

Assim eu descobria o meio de exercer,
Continuando entre vós, sem me desmascarar,
Todas as faculdades do meu ser:
Infâmias e virtudes que não ouso revelar...

E, quando enfim me abandonava, exangue,
Sobre o meu leito, a olhar o Cristo moribundo,
Gozava sonhos de oiro com relâmpagos de sangue,
E em que descia em mim até ao fundo.

Era assim que sabia possuir
Toda a minha Grandeza e toda a minha Corrupção.
Mentia-vos depois? Ah! o gosto de mentir
Com a verdade na mão!

Ora um dia (era um dia extraordinário),
Procurando escrever como nos outros dias,
Nada pude escrever, e pus-me a ler o meu diário:
Cheguei ao fim, tinha as mãos lívidas e frias!

Que o meu olhar agora cristalino,
Vira que nessas páginas, tudo era mentiroso:
Porque tudo o que em mim é só abjecto ou pequenino,
Lá surgia dramático, e, por isso grandioso.

Sim, todos esses crimes e heroismos só sonhados,
Todo esse mundo íntimo - era meu!
Mas o vulto que unia esses bocados,
Esse, ó poder do Artista! era maior do que eu.

E eu vi como não era a posse da Verdade,
Nem a libertação de quem se expande,
O que pedia ao meu diário... mas vaidade
De até no aviltamento me ver grande!

Ergui então o meu diário à luz verde-amarela...
Por um momento só no quarto houve mais luz...
E todo o resto dessa noite horrenda e bela
Chorei, torcendo as mãos em frente de Jesus.


  (retirado de: "Poemas de Deus e do Diabo" de José Régio, pág.112
  Portugália Editora )

                                                                             

                                                                               

Do poeta ( e não só ) conhecia pouco. Foi no blogue Sobre o Risco que descobri mais sobre a sua vasta obra.                                        

                                                                                  

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Deus e o Diabo

     Hoje comprei no Jumbo uns livrinhos, a um euro (restos de uma promoção que se arrasta há meses, mas que me tem dado a oportunidade de, cada vez que lá vou, encontrar mais qualquer coisa interessante).
     Um deles é: "Deus e o Diabo nos provérbios portugueses", com provérbios conhecidos, interessantes ou curiosos, reveladores da sensata sabedoria do povo (ou não...).

     "A gente trabalha para Deus para si e para o Diabo"

     "Ao Diabo e à mulher nunca falta que fazer."

     "Ao menino e ao borracho põe Deus a mão por baixo."

     "A quem Deus bem quer dá-lhe fortuna, não lhe dá mulher."

     "A quem Deus não deu filhos, deu-lhe o Diabo sobrinhos.

     "Bom é ter amigos, ainda que seja no Inferno."

     "Cada qual é como Deus o fez."

     "Cada um em sua casa, o Diabo não tem que fazer."

     "Café requentado e amigo reconciliado que lhe pegue o Diabo."

     "Companhia de dois, companhia de bons; companhia e segredo de três é má rês, o Diabo os fez."

     "Dá-me a mim o dinheiro e ao Demo conselho."

     "Se a tua mulher pensar em te atirar de uma janela, pede a Deus que seja um rés-do-chão."


           ... e por aí adiante ...





     "Como não podia deixar de ser, a religião é motivo inspirador dos anónimos autores dos provérbios portugueses. De Deus à Virgem Maria, dos anjos aos santos, são às centenas os provérbios adaptados à vida quotidiana social e laboral. Nesse acervo, Deus e, em contrapartida, o Diabo e o Inferno têm um papel fundamental que nos revela a caracterologia popular, em grande parte desrespeitosa de certas tradições profundamente religiosas. O Diabo é, assim, um "comparsa" aterrador, que ora se invoca contra as injustiças de Deus, ora se maldiz como causador de grandes desgraças."

(texto da badana da capa)


Retirado de: "Deus e o Diabo nos provérbios portugueses" de Guerreiro Vaz, uma edição Editorial Notícias, Julho de 2004


domingo, 24 de julho de 2011

Ana Laíns

     Fui ver um espectáculo ao Cine-Teatro Avenida, com a cantora Ana Laíns.
     Excelente. Uma artista dona de uma grande voz e uma bonita e carismática presença em palco.
     Esteve acompanhada por cinco músicos (nem sempre actuando em simultâneo) :  piano e acordeão, guitarra portuguesa, viola, baixo e bateria.
     Ana Laíns revelou uma genuína simpatia, dentro e fora do palco.
                                                                                                                                                    

                                                   Quatro Caminhos


    "Ana Laíns formou-se nos palcos e o seu percurso de uma década é recheado de viagens, mas também de regressos - ao fado e à música tradicional portuguesa, as suas linguagens de eleição (...).
     Esta "diva de um fado diferente"como a descreveu a imprensa grega, está aberta ao imprevisto e recentemente gravou ao lado de Boy George (...) que se apaixonou pela sua voz."
     
     ( Retirado da Agenda Cultural Nº8 - 2011,da Câmara Municipal de Castelo Branco)



                                         Zanguei-me Com o Meu Amor

sábado, 23 de julho de 2011

Contra a Fome

Solidária com o apelo dos blogues amigos,
na esperança de que a Utopia se cumpra:

CONTRA A FOME!

















Há produção mundial de alimentos, suficiente, para não haver fome no mundo.
Se houvesse vontade todas estas crianças seriam IGUAIS...


(as imagens foram retiradas da net)

Chavela Vargas

Na mesma linha da música da Lila Downs (ou vice-versa) , Chavela Vargas.
Duas belas canções  numa voz diferente.

( para a Maria João e a Maria)



En el último trago


En El Ultimo Trago

Tómate esta botella conmigo
en el último trago nos vamos
quiero ver a qué sabe tu olvido
sin poner en mis ojos tus manos
Esta noche no voy a rogarte
Esta noche te vas que de veras
que difícil trata de olvidarte
y que sienta que ya no me quieras
Nada me han enseñado los años
siempre caigo en los mismos errores
otra vez a brindar con extraños
y a llorar por los mismos dolores
Tómate esta botella conmigo
en el último trago me dejas
esperamos que no haya testigos
por si acaso te diera verguenza
Si algún día sin querer tropezamos
no te agaches ni me hables de frente
simplemente la mano nos damos
y después que murmure la gente
Nada me han enseñado...

(retirado da internet)


Que te vaya bonito



Qué Te Vaya Bonito

Ojalá que te vaya bonito
ojalá que se acaben tus penas
que te digan que yo ya no existo
y conozcas personas mas buenas

Que te den lo que no pude darte
aunque yo te haya dado de todo
nunca mas volveré a molestarte
te adore te perdi ya ni modo

Cuantas cosas quedaron prendidas
hasta dentro del fondo de mi alma
cuantas luces dejaste encendidas
yo no se como voy a apagarlas

Ojalá que mi amor no te duela
y te olvides de mi para siempre
que se llenen de sangre tus venas
y te vista la vida de suerte

Yo no sé si tu ausencia me mate
aunque tengo mi pecho de acero
pero nadie me llame cobarde
sin saber hasta donde la quiero

Cuantas cosas quedaron prendidas
hasta dentro del fondo de mi alma
cuantas luces dejaste encendidas
yo no se como voy a apagarlas

ojalá que te vaya muy bonito


(retirado da internet)



sexta-feira, 22 de julho de 2011

quinta-feira, 21 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Imagens que se repetem

O que chegava à cidade, resultado de um incêndio que lavrava numa localidade a cerca de dez quilómetros de distância.
Pelas dezoito e trinta ( dia 19 ).















 Assim se vai perdendo floresta...



terça-feira, 19 de julho de 2011

Ser



         "Quanto mais somos, tanto mais ricas são todas as nossas vivências."


Rainer Maria Rilke, "Do Amor, da Fé, da Bondade e da Moral", pág.32

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma Arte

A arte de perder não é difícil de se dominar;
tantas coisas parecem cheias de intenção
de se perderem que a sua perda não é uma calamidade.

Perder qualquer coisa todos os dias.Aceitar a agitação
de chaves perdidas, a hora mal passada.
A arte de perder não é difícil de se dominar.

Então procura perder mais, perder mais depressa:
lugares e nomes e para onde se tencionava
viajar.Nenhuma destas coisas trará uma calamidade.

Perdi o relógio da minha mãe. E olha! a última, ou
a penúltima, de três casas amadas desapareceu.
A arte de perder não é difícil de se dominar.

Perdi duas cidades encantadoras. E, mais vastos ainda,
reinos que possuía, dois rios, um continente.
Sinto a falta deles, mas não foi uma calamidade.

- Mesmo o perder-te ( a voz trocista, um gesto
que amo ) não foi diferente disso. É evidente
que a arte de perder não é muito difícil de se dominar
mesmo que nos pareça ( Toma nota! ) uma calamidade.

                                                    Elizabeth Bishop


Retirado de: "Geografia III" de Elizabeth Bishop  - pág.63
Edição da Relógio de Água



William Dyce, Omnia Vanitas, 1848          

domingo, 17 de julho de 2011

Intervalo com Maria Bethânia

Uma bonita música na magnífica voz de Maria Bethânia.


            

                          TOCANDO EM FRENTE

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte mais feliz, quem sabe
Eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei
Conhecer as manhas ou as manhãs
O sabor das maças e das maçãs
É preciso amor p'ra poder pulsar
É preciso paz p'ra poder sorrir
É preciso chuva para florir
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou
Estrada eu vou
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das maças e das maçãs
É preciso amor p'ra poder pulsar
É preciso paz p'ra poder sorrir
É preciso chuva para florir
Todo o mundo ama um dia, todo o mundo chora
Um dia a gente chega e noutro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor p'ra poder pulsar
É preciso paz p'ra poder sorrir
É preciso chuva para florir
Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história e
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

sábado, 16 de julho de 2011

Bons Exemplos

     A propósito de um post, num blogue que visito, e do comentário que deixei, lembrei-me duma pequena história que se passou na minha escola.

     Insisto muito com os alunos, na ideia de respeitar os outros e o ambiente. Relacionado com isso, falámos das pastilhas elásticas, que são um flagelo dos passeios e de muitos locais públicos, com as marcas inestéticas e quase perpétuas que deixam no chão.

     Disse aos alunos que deveriam deitá-las sempre no lixo e se por acaso não houvesse um caixote por perto, poderiam pedir um papelito à mãe, guardá-la no papel e depois deitá-la no lixo em casa. Eu faço sempre isso se mastigo pastilhas elásticas.

     Uma aluna pôs o dedo no ar e falou:

     - Professora, ontem eu queria deitar uma pastilha fora e a minha mãe não me deu um papel, disse para eu a deitar para o chão.
     - E tu que fizeste?...Deitaste?
     - Não, levei-a na mão até encontrar um caixote!

     Que encanto!
     São estas coisas que nos fazem acreditar que vale sempre a pena...


                                     As horríveis e inestéticas marcas.


                                         Cada pastilha uma marca!


                                          Estão por todo o lado.


                                         Não há passeio que escape!


                                                                                                                                                                     


sexta-feira, 15 de julho de 2011

Tempo Mágico

Recebi por mail este texto, que me chegou como sendo atribuído a Rubem Alves.


                                              "Tempo Mágico..."

   " Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.Sinto-me como aquela menina que ganhou uma tijela de cerejas. As primeiras ela chupou-as displicente, mas percebendo que faltam poucas, até rói o caroço.

    Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
    Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
    Não tolero gabarolices.Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando os seus lugares, talentos e sorte.

    Já não tenho tempo para projectos megalómanos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milénio.

    Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos.

    Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.
     Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de "confrontação" onde "tiramos factos a limpo".

     Detesto fazer acareação de desafectos que lutaram pelo majestoso cargo de Secretário geral do coral.

     Lembrei-me agora de "Mário de Andrade" que afirmou: "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".
     O meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

     Quero a essência, a minha alma tem pressa...

     Sem muitas cerejas na tijela, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir dos seus tropeções, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge da sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado do Bem.

     Caminhar perto de coisas e pessoas verdadeiras, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.

     O essencial faz a vida valer a pena."



                                     "O essencial faz a vida valer a pena"


     Da Wikipédia - Rubem Alves ( Boa Esperança 15 de Setembro de 1933 ) é um psicanalista, educador, teólogo e escritor brasileiro, é autor de livros e artigos abordando temas religiosos e existenciais, além duma série de livros infantis.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Deserto dos Tártaros

     "O Deserto dos Tártaros" é o extraordinário livro de Dino Buzzati que me levou a entrar neste mundo da Blogosfera. À procura de Informações sobre o autor, cheguei ao primeiro blogue e daí a outros. Durante cerca de um ano aprendi muito, ganhei alguns amigos e nasceu a vontade de também partilhar algo.


     "Portanto não era o soldado que cantarolava, não era um homem sensível ao frio, aos castigos e ao amor, mas sim a montanha hostil. Que triste ilusão, pensou Drogo, se calhar tudo é assim, julgamos que à nossa volta existem criaturas semelhantes a nós e afinal não há mais do que gelo, pedras que falam uma língua estranha; preparamo-nos para saudar o amigo mas o braço cai inerte e o sorriso apaga-se, porque damos conta que estamos completamente sós."

                                                                       ( O Deserto dos Tártaros" - Pág.83)


     Dino Buzzati (1906-1972) é considerado um dos mais originais escritores italianos do Séc.XX. A sua obra, que inclui romance, contos, peças teatrais e poesia, conjuga temas fantásticos e existencialistas numa visão do mundo inconfundível, que o coloca na galeria dos nomes incontornáveis da literatura internacional (...)

                                                   ( badana da contra-capa do livro "O Grande Retrato"
                                                      numa edição da Cavalo de Ferro )



     Dino Buzzati um grande escritor que vale a pena conhecer. "Os Sete Mensageiros", "Pânico no Scala" e "A Derrocada da Baliverna", outros títulos do autor, a descobrir.