tenho uns caixõezinhos no coração que me
nasceram quando partiste, se regados com
cuidado, brotam mortos como flores negras pelo
interior das veias, que me assombram o sangue, corando
a minha pele numa vergonha e sentindo medo
são uns mortinhos pequenos que muita gente
nem sabe que existem. acreditar em fantasmas é
só possível para quem tem muito amor e recusa a
pequenez da vida sem continuação
tenho uns caixõezinhos no coração que se
abrem a toda a hora. quando me deito, ouço-os
embatendo de encontro ao peito, talvez com vontade
de ir embora, talvez só por ser o amor tão estreito
Retirado de : "contabilidade", de valter hugo mãe, pág.10
Alfaguara - Editora Objectiva
As flores negras parecem-me tremendas,
ResponderEliminarnão há nenhuma flor que seja nem sequer cinzenta, ou castanha, ou azul escuro...
É uma poesia muito triste.
Beijinhos, e que tenha um feliz dia!
Bom dia Maria
ResponderEliminara poesia é triste sim; é de um escritor cuja poesia descobri há pouco e que tenho andado a ler.É diferente...
Um bom dia também para si.
Um beijinho
Zaber, isto não é pera publicar, é só pera dizer que os títulos das obras se colocam em itálico (ou em letra normal) e não entre áspias. atenção à erudição.
ResponderEliminarvalter hugo mãe (ele não quere maiúsculas...)é considerado um dos valores da literatura actual portuguesa. Eu quero ler "a máquina de fazer espanhóis", que vai sair na Espanha brevemente. Prefiro ler en português, claro, mas nem sempre me é possível.
ResponderEliminarContinuas tonto Jóni, mas está "pubricado" e obrigadinha pela lembrança. Como não tenho feito trabalhos esqueço-me desses pormenores.
ResponderEliminarBeijinhos
Zaber
Do valter hugo mãe tenho apenas livros infantis, lindíssimos, na escrita e na imagem, e agora este de poemas.
ResponderEliminara máquina de fazer espanhóis, é um livro cujo título nunca me chamaria a atenção, mas do qual já li um excerto muito bonito. Fiquei com vontade de ver mais.
Posso procurar-lho aqui, se quiser.
Um beijinho